sábado, 31 de março de 2012

Pela Memória, Verdade e Justiça: Abertura de todos os arquivos da ditadura militar já!!!

 

 

         A Ditadura militar brasileira estendeu-se por 21 anos, de 1964 a 1985. Foi o primeiro país da América Latina a ter um governo autocrático militar nas décadas de 60 e 70, influenciando o fim dos modelos democráticos nos outros países, além de exportar todos os métodos de tortura utilizados, como por exemplo, o pau-de-arara, um dos mais temidos métodos, de reconhecimento internacional e tecnologia brasileira.
         A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político adverso. O governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela implementação das reformas de base: reforma agrária, reforma na educação (com a aplicação do método Paulo Freire), na saúde, entre outras. Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lembrar, que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria.
         O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo se deslocam para o Rio de Janeiro. Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder no dia 1° de abril de 1964. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este, cassa mandatos dos parlamentares e tira a estabilidade de funcionários públicos. Durante toda a ditadura militar, foram editados ainda outros 16 Atos Institucionais, entre eles, o AI-5, que por ser o ato mais severo, era conhecido como o "golpe dentro do golpe".
         Milhares de pessoas foram presas, torturadas e assassinadas nas décadas de 1960/1970, dentro do contexto ditatorial.
         O termo desaparecido político passou a ser utilizado para identificar ativistas políticos que haviam caído nas mãos da ditadura, e nunca tiveram suas prisões ou mortes reconhecidas pelas autoridades governamentais. Até hoje as famílias buscam conhecer as circunstâncias dos seus parentes.
         Em 1979, pressionado pela opinião pública, o governo aprova a lei que restabelece o pluripartidarismo no país, a Lei da Anistia. Desse modo, os presos políticos saíram das prisões e exilados puderam retornar e os clandestinos voltaram ao convívio social. Porém, muitos não retornaram,simplesmente desapareceram, e nem sequer possuíam atestados de óbito ou algo que esclarecesse a sua morte. Porém, da mesma forma, o governo se eximia de suas responsabilidades, ocultando os assassinatos ocorridos nos “centros de torturas” e órgãos do próprio governo. Não era, portanto, uma anistia ampla, geral e irrestrita, além de ter sido feita nos moldes do sistema capitalista de produção, onde privilegia-se intelectuais em detrimento da classe trabalhadora.
         Em janeiro de 1985, Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Congresso Nacional por meio de sistema eleitoral indireto, também criado pelo regime militar.
          
         Hoje em dia, familiares de mortos/desaparecidos políticos e grupos a favor dos direitos humanos ainda lutam para que haja a abertura de todos os arquivos da ditadura militar. Vele ressaltar a importancia da abertura destes arquivos, pois o povo que nãon conhece a história do seu país não tem condições de lutar pela democracia. Pela memória, verdade e justiça!!!

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