segunda-feira, 19 de março de 2012

Recolhimento e Internação Compulsória X Estratégia de Redução de Danos: Atenção aos usuários de álcool e outras drogas

O recolhimento e a internação compulsória de usuário de drogas tem sido uma estratégia de governo muito utilizada na cidade do Rio de Janeiro - principalmente, em áreas menos favorecidas - para combater o consumo de crack, visto como uma epidemia.


Entretanto, entendemos esta política como um retrocesso diante da Reforma Psiquiátrica,(principalmente) no cuidado aos usuários de drogas  e na política constituída para tal cuidado.

A Política Nacional de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas prevê várias estratégias e programas com o intuito de atender as demandas da população usuária de álcool e outras drogas, como os Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS-ad), a adoção da estratégia de redução de danos, os consultórios de rua e Programa Saúde da Família de Rua, por exemplo.
Sendo estes, tratamentos com base territoriais que permitem que se construa um vínculo com o usuário, permitindo, consequentemente, que ele seja o sujeito do seu tratamento. Ao contrário disto, o recolhimento e a internação compulsória excluem o usuário do convívio social, além de reproduzir a ideia da criminalização do uso das drogas, não permitindo que o usuário participe da construção do seu tratamento.
A estratégia de redução de danos, prevista pela Lei 11.343/2006, não se pauta no princípio da abstinência como objetivo principal, mas sim na redução dos efeitos danosos que a droga causa ao usuário, buscando assim, diferentes formas de lidar com o problema. Segundo CRUZ:
a redução de danos (RD) constitui uma estratégia de abordagem das questões relativas ao uso de drogas que não pressupõe a extinção do uso de drogas seja no âmbito do coletivo seja no de cada indivíduo, mas que formula práticas que diminuem os danos para aqueles que usam drogas e para os grupos sociais com que convivem”.
No Brasil, a grande disseminação do vírus da AIDS contribuiu para que o Ministério da Saúde apoiasse a criação de algumas estratégias que reduzissem os danos à saúde dos usuários de drogas injetáveis. Estas estratégias (tais como as trocas de seringas, exames clínicos para doenças transmissíveis, tratamento para doenças clínicas, tratamento para dependência da substância e a elaboração de material educativo) começaram, então, a ser utilizadas como mecanismos de prevenção.
Atualmente, além destes mecanismos de prevenção, há novas estratégias de redução de dano, como: a entrega de cachimbos de madeira para o uso do crack, a entrega de manteiga de cacau para feridas na boca do usuário (ocasionadas pelo consumo excessivo de drogas), a entrega de “borrachinhas” de plástico para o consumo de cocaína, a produção de campanhas educativas vinculando o perigo da direção após o consumo de álcool e outras estratégias construídas junto com o próprio usuário para que ele também se insira na sua própria rede de cuidados.
Devido ao grave problema social causado pelo consumo prejudicial de álcool e outras drogas, é importante que o Estado efetive novas políticas públicas que reconheçam estes usuários, como cidadãos portadores de direitos que são, o direito não só a uma vida digna (tendo em vista que a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da república, previstos pelo Art. 1º de nossa Constituição), mas o direito à vida plena (tendo em vista que o direito à vida é o mais fundamental dos direitos fundamentais).
É nesta lacuna que as estratégias de redução de danos se apresentam, incluindo todas as ações, individuais e coletivas, médicas e sociais, preventivas e terapêuticas, que visam minimizar os efeitos negativos decorrentes do uso de drogas” (BUCHER).

Até porque, a estratégia de redução de danos, em síntese, propiciar aos usuários “melhores chances de reintegração social, capacitando-os, aos poucos, a assumir a decisão de deixar as drogas” (QUEIROZ).


Bibliografia utilizada:
BRASIL. Ministério da Saúde. A Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral ao Usuários de Álcool e Outras Drogas. Brasília: Ministério da Saúde, 2003. (Série E. Legislação de saúde).
BUCHER,Richard. Descriminação, cidadania e ajuda à sobrevivência. In: Baptista, M. e Inem, C. (Orgs.) Toxicomania: Uma Abordagem Multidisciplinar. Rio de Janeiro: Nepad/Uerj: Sette Letras, 1997, p. 189.
CRUZ, Marcelo Santos. Considerações sobre possíveis razões para a resistência às estratégias de Redução de Danos. In: Álcool e outras drogas: escolhas, impasses e saídas possíveis. Ed. Autêntica, Belo Horizonte, MG, 2006.
DELGADO, Pedro Gabriel. Drogas: O Desafio da Saúde Pública. In: Avessos do Prazer – Drogas, Aids e Direitos Humanos. FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ, 2005.
QUEIROZ, Isabela Saraiva de. Os programas de redução de danos como espaços de exercício da cidadania dos usuários de drogas. In: Psicologia: ciência e profissão. Vol. 21, nº 4. Brasília, 2001.


3 comentários:

  1. Conheça a diferença entre internação compulsória e involuntária.
    http://blog.viversemdroga.com.br/conheca-a-diferenca-entre-internacao-compulsoria-e-involuntaria/

    ResponderExcluir
  2. Por favor preciso de ajuda tenho um filho usuários de drogas e escrezofenico ele é um menino bom pedeu sus família trabalhador mais agora perdeu e fala em suicídio sou sem que ele pode faxer isdo por favor me ajude sou de pelotas rs nso tenho codisao a uma clínica se vcs me ajudar a achar uma baratinha pago dou doméstica msis quero trabalhar para ajudar meu filho a ssir das drogas ele quer mais enfraquece nso sei onde recorrer sou do rs mais por fsvor me da uma caminhado por awui uma clínica pars meu filho

    ResponderExcluir
  3. Por favor preciso de ajuda tenho um filho usuários de drogas e escrezofenico ele é um menino bom pedeu sus família trabalhador mais agora perdeu e fala em suicídio sou sem que ele pode faxer isdo por favor me ajude sou de pelotas rs nso tenho codisao a uma clínica se vcs me ajudar a achar uma baratinha pago dou doméstica msis quero trabalhar para ajudar meu filho a ssir das drogas ele quer mais enfraquece nso sei onde recorrer sou do rs mais por fsvor me da uma caminhado por awui uma clínica pars meu filho

    ResponderExcluir