A Ditadura militar brasileira estendeu-se por 21 anos,
de 1964 a 1985. Foi o primeiro país da América Latina a ter um governo autocrático
militar nas décadas de 60 e 70, influenciando o fim dos modelos democráticos
nos outros países, além de exportar todos os métodos de tortura utilizados,
como por exemplo, o pau-de-arara, um dos mais temidos métodos, de
reconhecimento internacional e tecnologia brasileira.
A crise
política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. O vice de
Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político adverso. O
governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela implementação das reformas
de base: reforma agrária, reforma na educação (com a aplicação do método Paulo
Freire), na saúde, entre outras. Estudantes, organizações populares e
trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras
como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e
classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale
lembrar, que neste período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria.
O clima de
crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No dia 31 de março
de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo se deslocam para o Rio de Janeiro.
Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os
militares tomam o poder no dia 1° de abril de 1964. Em 9 de abril, é decretado
o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este, cassa mandatos dos parlamentares e
tira a estabilidade de funcionários públicos. Durante toda a ditadura militar,
foram editados ainda outros 16 Atos Institucionais, entre eles, o AI-5, que por ser o ato mais severo, era conhecido como o "golpe dentro do golpe".
Milhares de
pessoas foram presas, torturadas e assassinadas nas décadas de 1960/1970,
dentro do contexto ditatorial.
O termo
desaparecido político passou a ser utilizado para identificar ativistas
políticos que haviam caído nas mãos da ditadura, e nunca tiveram suas prisões
ou mortes reconhecidas pelas autoridades governamentais. Até hoje as famílias
buscam conhecer as circunstâncias dos seus parentes.
Em 1979,
pressionado pela opinião pública, o governo aprova a lei que restabelece o
pluripartidarismo no país, a Lei da Anistia. Desse modo, os presos políticos
saíram das prisões e exilados puderam retornar e os clandestinos voltaram ao
convívio social. Porém, muitos não retornaram,simplesmente desapareceram, e nem
sequer possuíam atestados de óbito ou algo que esclarecesse a sua morte. Porém,
da mesma forma, o governo se eximia de suas responsabilidades, ocultando os
assassinatos ocorridos nos “centros de torturas” e órgãos do próprio governo.
Não era, portanto, uma anistia ampla, geral e irrestrita, além de ter sido
feita nos moldes do sistema capitalista de produção, onde privilegia-se
intelectuais em detrimento da classe trabalhadora.
Em janeiro de
1985, Tancredo Neves foi eleito Presidente da República pelo Congresso Nacional
por meio de sistema eleitoral indireto, também criado pelo regime militar.
Hoje em dia, familiares de mortos/desaparecidos políticos e grupos a favor dos direitos humanos ainda lutam para que haja a abertura de todos os arquivos da ditadura militar. Vele ressaltar a importancia da abertura destes arquivos, pois o povo que nãon conhece a história do seu país não tem condições de lutar pela democracia. Pela memória, verdade e justiça!!!
