quinta-feira, 18 de outubro de 2012

BREVE RESUMO SOBRE O PROJETO DE PESQUISA CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS DA LAPA


Apesar de o SUS ser um sistema universal, uma parte da população era colocada à margem da sociedade e não conseguia atendimento mesmo neste sistema tão inclusivo. Tentando minimizar este tipo de problema, foi criado na Área Programática X (que abrange Paquetá e os bairros centrais do Rio de Janeiro, como: São Cristóvão, Lapa, Catumbi, Rio Comprido, Santa Tereza, Bairro de Fátima, Benfica, entre outros), a Estratégia Saúde da Família para atendimento à população em situação de rua, que trataremos aqui como "Instituição X".
                A referida instituição, nosso campo de trabalho, foi implanto em setembro de 2010 no Centro Municipal de Saúde Paulo Delgado, no Bairro de Fátima.  Contempla uma equipe multiprofissional, com assistentes sociais, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentista e agentes comunitários de saúde, que são moradores da própria área onde o serviço é realizado (a utilização dos agentes comunitários de saúde tem o objetivo de potencializar a articulação entre os usuários e os serviços de saúde, além de os próprios agentes, conhecedores da área, identificar demandas existentes).
               
A população em situação de rua é uma população que ficou negligenciada durante anos, sem conseguir ingressar num serviço público de saúde, muitas vezes por conta do preconceito dos próprios profissionais dos serviços ou até mesmo por muitos deles não possuírem nenhum tipo de documento de identificação, pois, para ser atendido na atenção básica, é necessário possuir documento de identidade e algum comprovante de residência. Então, como o SUS se constitui com a população em situação de rua, se muitas vezes eles não possuem sequer um documento? Por isso, houve a necessidade de se criar um serviço especializado para atendimento a esta população, que tem um número bastante elevado nos arredores do Rio de Janeiro.
Durante o trabalho feito pela Instituição X no bairro da Lapa, a equipe de Assistentes Sociais pode observar que um grande número de catadores de materiais recicláveis se encontravam em um estado de estrema miséria, com poucos recursos e retorno daquela coleta, e sem ter acesso à direitos básicos além da saúde, como educação, habitação, qualidade de vida em geral.
Com isso, o grupo de Assistentes Sociais, motivadas por esta demanda, começou a se debruçar em um projeto que vise, para além do acesso à saúde como necessidade básica, a qual já se encontra prevista no trabalho feito pela Instituição X, a inclusão social desses indivíduos e valorização da categoria de catadores de materiais recicláveis desta região.
O grupo de Assistentes Sociais da Instituição X pretender fazer um levantamento desta demanda na área de atuação, Lapa. Tal pesquisa posteriormente será apresentada para o programa da Instituição, para que se consiga criar um projeto que venha a intervir na realidade concreta desta demanda. Pretende-se ainda, contatar com as redes, como o programa Coleta Seletiva Solidária (PCSS) do estado do Rio de Janeiro –  uma iniciativa da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), inserido no Pacto pelo Saneamento (Decreto 42.930/11) -  Programa Pró-Catador – Instituído pelo Decreto Nº 7.405, de 23 de Dezembro de 2010 – Criar palestras com outros catadores que já se encontram no movimento, como o MNCR (Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis) para que eles tenham acesso  a informações de sua categoria, sobre leis federais, estaduais e municipais e para que eles possam ver na experiência de outros iguais a eles que é possível gerar renda, adquirir conhecimento e ter acesso a direitos.

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